A raiva é uma doença viral que acomete os mamíferos, incluindo humanos e que é fatal quando não diagnosticada na fase inicial. Logo, o diagnóstico laboratorial rápido e eficaz é de suma importância para a saúde pública. Até o desenvolvimento desse projeto, o diagnóstico da raiva era baseado em duas técnicas, a Imunofluorescência direta e a Prova biológica, esta feita pela inoculação em camundongos. Assim era necessário a manutenção de um biotério (criatório de camundongos) que fornecia os animais utilizados para análise.

Com base nas diretrizes mundiais de bem-estar animal, sempre que possível, o uso de animais de laboratório deve ser diminuído. Neste sentido o projeto avaliou a viabilidade operacional, técnica e financeira do uso de biologia molecular RT-qPCR (PCR em tempo real) em substituição à inoculação em camundongos para o diagnóstico da raiva na rotina laboratorial.

Os resultados demostraram 99,37% de acurácia, 99,17% de sensibilidade e 99,49% de especificidade pela RT-qPCR, que mostrou ser uma técnica robusta e com repetibilidade. O tempo mínimo para diagnóstico positivo foi reduzido de 9,64 dias para 1 dia. Houve também uma redução de 17,7% no custo ao utilizar a técnica molecular.

Com os resultados, o Idaf substituiu a partir de 2023 a prova biológica com uso de camundongos pela RT-qPCR, reduzindo o tempo, o custo e eliminou a utilização de camundongos no laboratório da instituição.