Devido à pandemia do Covid-19, as relações comerciais globais passaram por profundas transformações e continuarão a evoluir. Na agricultura, os impactos econômicos provocados pela pandemia são evidentes, tornando essencial o planejamento de políticas públicas, ações emergenciais e estratégicas para garantir a segurança alimentar da população. Ao mesmo tempo, o avanço das tecnologias digitais permitiu comunicação instantânea e em tempo real, independentemente da distância, transformando diversas atividades diárias.

Mudanças na forma de comercializar os produtos estão surgindo, como a venda direta aos consumidores, com nichos promissores como restaurantes, condomínios, escolas e academias. A venda direta dos produtos agrícolas por meio das redes sociais surge como uma oportunidade para o setor rural, beneficiando tanto os agricultores, que conseguem vender os produtos com preços mais justos, quanto os consumidores, que adquirem produtos frescos e com garantia de procedência. Entretanto, essa conexão entre produtores e consumidores geralmente ocorre de maneira informal, exigindo que ambos se encontrem para realizar a comercialização.

Nesse contexto, o projeto objetivou desenvolver a metodologia de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) para incentivar a venda direta dos produtos da agricultura familiar por meio de uma plataforma digital (aplicativo e site) facilitadora dos negócios. A pesquisa focou em locais com produtores e consumidores aptos a adotar essa nova dinâmica de mercado.

Foram selecionados municípios que possuem Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar de Pequeno Porte (SUSAF), cadastrando 50 produtores da Agricultura familiar e 25 estabelecimentos alimentícios que poderiam comercializar além das fronteiras municipais. Foi contratada uma empresa para desenvolver o aplicativo e um site “Feira na Palma da Mão”, com interface acessível e simples para facilitar a comunicação. Após a conclusão dos testes, foram realizadas capacitações com a equipe técnica e os produtores rurais, e o aplicativo foi oficialmente lançado.

Inicialmente foram visitados 12 municípios e realizada a identificação de quais produtos os 56 produtores da agricultura familiar ofereciam, por categoria. Os 25 estabelecimentos alimentícios identificados também foram categorizados por tipo. Em seguida, o aplicativo foi divulgado nos demais municípios e melhorias foram implementadas. Também foi criada uma página no Instagram para promover o aplicativo.