O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon (Coffea canephora) do Brasil, sendo responsável por cerca de 67% da produção nacional. Entretanto, a expansão da cultura enfrenta desafios como problemas fitossanitários, altas temperaturas, baixa precipitação, escassez de mão de obra, manejo inadequado por parte dos produtores e uso de variedades menos adaptadas. Nesse sentido, é fundamental realizar pesquisas que avaliem diferentes métodos de manejo, implementem técnicas já conhecidas que não são adotadas pelos produtores e identifiquem novas variedades para o mercado do Espírito Santo e do Brasil. Essas ações podem gerar maior retorno econômico, além de ajudar a entender o potencial das variedades recomendadas, promovendo a sustentabilidade da atividade e ampliando o conhecimento sobre a espécie.

O projeto teve como objetivo avaliar os impactos econômicos, sociais e ambientais na condução inicial de lavouras de café conilon e na qualidade do produto, além de otimizar o uso de defensivos agrícolas e aumentar a produtividade por meio de variedades recomendadas pelo Incaper em diferentes regiões do estado. Também foram analisados os resultados para otimizar a exposição excessiva do solo para uma ocupação mais racional, reduzir custos e aumentar a longevidade das lavouras.

Dois experimentos foram conduzidos, um no município de Fundão e outro no de Serra, utilizando mudas obtidas por propagação assexuada e manejo feito pelos produtores. Os genótipos avaliados incluíam 14 variedades, todas provenientes do Banco Ativo de Germoplasma do Incaper. Foram avaliados a altura de planta, o diâmetro de caule e da copa, o número e comprimento de ramos plagiotrópicos, o número de rosetas e porcentagem de floração. Esses são importantes parâmetros para definir as melhores variedades e o melhor manejo a ser empregado na cultura do cafeeiro conilon e essas características permitem prever maior produtividade para a safra.

Para o experimento do município da Serra, o manejo recomendado pelo Incaper resultou em médias iguais ou superiores para o número de ramos plagiotrópicos e rosetas em comparação ao manejo realizado pelos produtores. No experimento de Fundão, o manejo recomendado pelo Incaper apresentou médias iguais ou superiores ao manejo realizado para os produtores para o número de ramos plagiotrópicos e comprimento de ramos plagiotrópicos em todas as variedades, além de proporcionar maior porcentagem de floração, exceto para o clone 106.