Aquicultura sustentável
Avaliação do impacto da adoção de boas práticas de manejo na eficiência produtiva no Espírito Santo
Projeto Concluído
A produção de pescados é uma das atividades econômicas que mais cresce no Brasil, com a aquicultura se destacando como uma atividade em ascensão. Entre 2018 e 2019, houve um aumento na produção de peixes no país, com destaque para o Espírito Santo, onde mais de 90% da produção é dedicada à tilápia. Em 2014 o estado se destacou na carcinicultura como um importante produtor de camarão de água doce, mas devido à crise hídrica de 2015/2016 a atividade encontra-se praticamente interrompida.
Na aquicultura, novas tecnologias estão sendo desenvolvidas para melhorar a eficiência no uso de recursos hídricos e reduzir a emissão de efluentes, como os sistemas de produção de organismos aquáticos de recirculação de água (RAS) e o cultivo com bioflocos (Biofloc Technology System - BFT). Esses sistemas permitem a alta densidade de estocagem, melhor aproveitamento da água e maior produtividade em comparação aos métodos tradicionais.
O projeto objetivou avaliar o impacto da adoção de boas práticas de manejo na eficiência produtiva em aquicultura, utilizando sistemas RAS e BFT. Foram conduzidos experimentos nos municípios de Piúma, Linhares, Aracruz e Guarapari para analisar o crescimento de camarões e peixes em sistemas de bioflocos.
Foram realizados cursos de capacitação para mais de 400 produtores rurais e excursões técnicas, além da inserção no Parecer de Viabilidade Técnica e Ambiental o sistema de RAS, aquaponia e bioflocos. Foi realizada a adequação de uma unidade demonstrativa do cultivo de camarões marinhos em sistema de BFT na cidade de Piúma, bem como o acompanhamento da produtividade durante ciclos subsequentes de produção.
O projeto enfrentou desafios como dificuldade de obtenção pós-larvas, elevados custos com ração e energia elétrica, concorrência com o camarão da pesca extrativa da Bahia e a necessidade de insumos com custos elevados inviabilizaram economicamente a produção de camarão marinho em sistema BFT em Piúma. Além disso, o sistema RAS exige conhecimento técnico por parte do produtor e apresenta riscos devido à dependência de oxigenação, especialmente em situações de falta de energia.
A continuidade do projeto foi afetada pela desistência de alguns produtores durante o processo. Enquanto um produtor optou por sair do estudo, outro foi substituído. Diversos obstáculos, como problemas de energia, falta de comprometimento dos produtores e desafios operacionais como a necessidade de constante alcalinização da água, além da necessidade de capacitação contínua de profissionais, demonstraram ser barreiras significativas para a implementação efetiva dos sistemas avaliados.